CRONOGRAMA DA UMBANDA
1700: A prática centro-africana de calundu-angola foi gravado no Brasil.
1849 (14 de novembro): As irmãs Fox realizaram a primeira demonstração pública de práticas espirituais em Rochester, Nova York.
1857: Allan Kardec publicado Le Livre des Esprits (O Livro dos Espíritos) em Paris.
Década de 1860: Instauração do Espiritismo Kardecista no Brasil.
1908 (novembro 15): Caboclo das Sete Encruzilhadas (Caboclo Seven Crossroads) Acredita-se que tenha sido incorporado em Zélio Fernandino de Moraes, de dezessete anos de idade.
Década de 1920 (final): Surgem grupos organizados que se identificam como “Umbanda”.
1939: É fundada a Federação Espírita de Umbanda do Brasil.
1941: Realizada a I Conferência Brasileira de Espiritismo e Umbanda.
Anos 1960 (final): período de auge da fundação de novos grupos umbandistas em São Paulo.
2003: A Faculdade de Teologia Umbandista é fundada em São Paulo.
HISTÓRICO FUNDADOR / GRUPO
A origem da umbanda é disputada. Tanto estudiosos quanto umbandistas apresentam relatos variados que enfatizam uma ou ambas as duas tradições que a Umbanda se assemelha em doutrina e prática: o Espiritismo (o Kardecismo e as correntes esotéricas ocidentais mais amplamente) e as tradições afro-brasileiras (Candomblé e Macumba).
Um primeiro relato de insider converge em parte com algumas visões acadêmicas: a Umbanda emergiu de tradições anteriores trazidas por africanos centrais escravizados. Alguns umbandistas afirmam que a Umbanda surgiu das práticas africanas: por exemplo, ela literalmente cresceu a partir de uma raiz poderosa plantada por um feiticeiro angolano escravizado (Hale 2009: 228). Arthur Ramos, escrevendo no 1934, foi o primeiro estudioso a chamar a atenção para a “Umbanda” e apresentou-a como um transplante da África Central (2001: 97-98). Ele equiparou “Umbanda” a “Macumba” e apontou para o cabula, um ritual da África Central para comungar com ancestrais que partiram (2001: 103, 99). Bastide posteriormente ecoou a opinião de que a Umbanda surgiu da Macumba (1995: 447). “Macumba” refere-se não a uma religião, mas a uma série de rituais afro-brasileiros populares (frequentemente chamados de “magia negra”) que visam a cura e benefícios mundanos. A partir do século XIX, foi equiparado a “baixo espiritismo” em contraste com o kardecismo de classe alta ou “alto espiritismo”. Alguns grupos, principalmente no Rio de Janeiro, usam o termo para se descrever, mas os estudiosos sugerem que “de obscuro”. origens o termo “macumba” passou a designar aquele conjunto de espíritos, práticas e objetivos religiosos classificados como ilegítimos por um conjunto diversificado de atores na luta para afirmar a legitimidade de seu próprio conjunto de espíritos, práticas e objetivos religiosos ”(Hayes 2007: 287; consulte Brown 1994: 25 – 36). Dizer que a Umbanda emergiu da Macumba, portanto, aponta vagamente para uma origem afro-brasileira sem nenhuma especificação adicional. Alguns estudiosos sugerem que a umbanda nasceu de uma tradição africana específica no Brasil, o século XVIII. calundu-angola (Rohde 2009; Malandrino 2010: 173, 223-30; consulte Mott 1994). o calundus foram rituais de dança que levaram à incorporação de espíritos (Calainho 2008: 90-91). No entanto, no caso de ambos cabula e calundus, não há evidência histórica de continuidade ou influência direta na Umbanda, apenas certas semelhanças na forma ritual. Se partirmos do pressuposto de que a Umbanda tem uma origem basicamente africana, então faz sentido procurar aqui suas raízes. Se desconsiderarmos essa suposição (apontando para raízes kardecistas), é fácil desconsiderar esses rituais comparáveis. (Leal de Souza, em uma coletânea de reportagens publicadas na 1933, apresentou “a Linha Branca da Umbanda” como subconjunto do Espiritismo, junto com o Kardecismo [1933].) A historiadora Laura de Mello e Souza (que argumentara que a Umbanda era enraizada no calundus (1986: 355)) concluiu mais tarde: “Eu não acredito mais que o fim da linha explica a gênese do processo, ou seja, que existe um nexo coerente entre… Umbanda e Calundu-angola (2002). Em suma, não há evidências históricas suficientes para concluir que a Umbanda era, ou não, primariamente africana em sua origem.
Uma segunda história de origem privilegiada enfatiza a relação da Umbanda com o Kardecismo. Neste relato, a religião foi fundada por um poderoso espírito indígena que incorporou em um meio jovem em 1908 (Brown 1985: 9-12; Brown 1995: 38-41; Hale 2009: 227). Em novembro daquele ano (na cidade de Niterói, do outro lado da baía do Rio de Janeiro), Zélio Fernandino de Moraes, de dezessete anos, foi misteriosamente curado de uma doença paralisante. Os conhecidos atribuíram a cura ao trabalho dos espíritos. Em novembro 15, seus pais o levaram para assistir aos rituais em um centro de espiritismo kardecista. Durante o ritual, um espírito indígena muito poderoso incorporado em Moraes, Caboclo Seven Crossroads (Caboclo das Sete Encruzilhadas): “Imediatamente, vários espíritos de origem indígena e africana se manifestaram em outros médiuns. Mas eles foram repreendidos pelos líderes da sessão, porque eram considerados espíritos atrasados e ignorantes ”(Casa de Pai Benedito nd). Caboclo Seven Crossroads defendia a presença desses espíritos incomuns. Sob a orientação desse espírito, de Moraes fundou o primeiro centro de Umbanda: a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade. Novembro 15 é comemorado por muitos umbandistas como a data da fundação de sua religião. Não há evidência independente para essa história de origem, e nem todos os umbandistas a aceitam. Emerson Giumbelli (2002) argumenta que foi consolidado apenas nos 1960s e 1970s. Este é também o período em que a história da origem 1908 foi notada pela primeira vez por estudiosos. Há dois pontos-chave a serem observados neste primeiro relato sobre as origens da Umbanda: sustenta que a religião emergiu como um desdobramento do kardecismo; e enfatiza, com razão, que a umbanda é caracterizada pela incorporação de espíritos indígenas e africanos, que foram rejeitados pelo mainstreamismo do kardecismo (o que continua sendo o caso até hoje, na maioria das vezes).
Uma terceira visão privilegiada da origem da Umbanda é esotérica e perenialista: a Umbanda é uma tradição antiga, talvez a mais antiga do mundo, transmitida através de uma corrente de mestres e iniciados ao longo das eras (na tradição perenialista, ver Hanegraaf 2005). Como a Umbanda se desenvolveu nos 1940s e 1950s, os umbandistas apontaram para uma variedade de origens além das tradições africanas e do Kardecismo europeu: indígenas (principalmente Guarani), védicos, egípcios, lemurianos, extraterrestres etc. (Bastide 1995: 445-47; Oliveira 2008: 114 -19; Cumino 2010: 33-79, 204-07). Os apresentadores da Primeira Conferência Brasileira de Espiritismo e Umbanda, em 1941, afirmaram que a Umbanda está “na Terra há mais de cem séculos, com raízes perdidas no passado insondável das filosofias mais antigas”; tem suas raízes nas “Upanishads”, “o continente perdido da Lemúria”, “Egito”, “Lao Tzu, Confúcio [sic], Buda… Vedanta, Patanjali… Grécia, Krishna, Pitágoras, Sócrates, Jesus… Moisés… China , Tibete e Índia… Orfeu ”(Cumino 2010: 204-10). Bastide via isso como uma negação das raízes africanas: expressava “a vontade de negar a paternidade da umbanda à África - fazer com que os escravos trazidos para o Brasil não passassem de um elo em uma cadeia iniciática que se estende muito mais atrás” (1995: 446 ). Durante esse período, as religiões afro-brasileiras foram perseguidas. Dados seus elos de classe alta, o kardecismo não era. Alguns umbandistas procuraram escapar da perseguição, minimizando as raízes africanas e enfatizando os kardecistas / esotéricos (Oliveira 2007; ver Engler 2016: 214; Engler e Isaia 2016: 195). Umbandistas esotéricos mais recentes (ou melhor, certos espíritos que incorporam médiuns Umbandistas) continuam enfatizando as origens lemurianas ou extra-terrestres, ou que a Umbanda é a lei eterna do universo, mais antiga que este planeta, que como todos os mundos é criado e sofre próprio processo de evolução espiritual (Trindade 1991; Hale 2009: 228-29; Scarabelo 2009: 135-37). Do ponto de vista acadêmico, as visões esotéricas do começo da umbanda podem ser interpretadas como consistentes com uma origem kardecista ou como uma tentativa de negar uma origem africana.
O relato acadêmico mais proeminente é que a Umbanda surgiu nas 1920s nas grandes cidades do sul do Brasil (Rio de Janeiro e, em menor grau, São Paulo e Porto Alegre) e que esse desenvolvimento refletia processos de urbanização e imigração (Ortiz 1999: 42- 43; Brown 1994: 37-46; Negrão 1996: 65, 67). Nessa visão, a raça era central na formação da umbanda. Por um lado, enquanto alguns Kardecistas procuravam rituais mais estimulantes, seus grupos passaram por um processo de empretecimento (escurecimento). Brown, por exemplo, sugere que a origem da umbanda se encontra nos “kardecistas insatisfeitos, que ... passaram a preferir as divindades africanas e indígenas presentes na 'macumba'” (1985: 11). Por outro lado, à medida que mais imigrantes europeus se interessavam pelo candomblé e outras tradições afro-brasileiras, alguns grupos passaram por um processo simetricamente oposto de embranquecimento (branqueamento), resultando em rituais mais familiares e / ou aceitáveis. Bastide, por exemplo, argumenta que o kardecismo forneceu um modelo útil para grupos que procuravam se distanciar da Macumba (1995: 447). Outros estudiosos sugerem que a umbanda surgiu através de ambos os processos, mas também através da mistura de elementos indígenas e até mesmo islâmicos (também trazidos por escravos) (Nogueira 2007). Embora esse tipo de explicação seja satisfatório para aqueles treinados nas ciências humanas e sociais, também carece de apoio histórico claro. Há poucas evidências, além das histórias de Zélio de Moraes e seus seguidores, para provar que qualquer kardecista ou candomblecista em particular estava realmente motivado pelo desejo de rituais mais ou menos enérgicos ou africanos.
A questão da origem da umbanda permanece em aberto. A própria falta de clareza mina a visão comum de que a umbanda é melhor classificada como uma religião “afro-brasileira”. Pode ser ou não, dependendo de quão central seja o kardecismo em sua origem, desenvolvimento e situação atual. Mas a imagem está longe de ser clara. Duglas Teixeira Monteiro é quase o único a afirmar que “a umbanda deriva do kardecismo, mas adotou inúmeros ritos de outras religiões já existentes no Brasil” (1977: 67). O kardecismo é proeminente na maioria das histórias de origem acima. Talvez seja melhor categorizar a umbanda como uma tradição híbrida afro-esotérica brasileira. O “brasileiro” é importante. Renato Ortiz escreveu que “a umbanda não é uma religião negra; … Opõe-se ao Candomblé ”:“ Se 'Candomblé' e 'Macumba' são religiões africanas, o Espiritismo da Umbanda é, ao contrário, um - eu diria do- religião nacional do Brasil ”(1977: 43; 1999: 96, ênfase original).
Dada a falta de clareza, o que poderia explicar o intenso foco tanto de iniciados quanto de acadêmicos para defender visões diferentes da origem “verdadeira” da religião? É claro que a religião tem uma grande variedade de formas desde que a evidência firme existe, variando amplamente do tipo Kardecismo ao Candomblé. Parece que aqueles que vêem a religião como afro-brasileira enfatizam um tipo de história de origem; aqueles que praticam formas mais esotéricas preferem outro; e os acadêmicos preferiram uma visão ou outra de maneiras que podem ser correlacionadas com posições ideológicas (por exemplo, defender argumentos que enfatizam uma visão positiva da mistura racial no Brasil, que valorizam a cultura afro-brasileira, ou que se encaixam com certas teorias de modernização).
Talvez a questão das origens seja um arenque vermelho. Uma vez que deixamos a busca por origens, podemos nos concentrar diretamente na flexibilidade e variação da Umbanda. Como observa Maria Laura Cavalcanti em um artigo intitulado “Origens, por que eu as quero?”, A busca pela (s) raiz (es) da Umbanda obscurece sua “natureza específica, na qual heterogeneidade e fluidez são características distintivas” (Cavalcanti 1986: 100).
Em suma, a Umbanda é uma religião díspar, sem origem combinada, sem estrutura institucional unificada e com uma ampla variação de crenças e práticas. Ao longo da história da religião, a maioria dos membros pertencia a casas independentes, centros ou terreiros, liderado por indivíduos pais or mães de santo (santo pais ou mães). A formação de federações e associações tem sido apenas um desenvolvimento minoritário com pouco impacto amplo. Divisões e cismas têm sido comuns, e a tendência da religião a se hibridizar com outros novos movimentos religiosos resultou em mais variações.
DOUTRINAS / CRENÇAS
A umbanda é uma religião com grande variedade interna: “Não há uma umbanda mas a muitas Umbandas com uma grande diversidade de crenças e rituais ”(Motta 2006: 25; ênfase original). A principal maneira que os grupos de umbanda variam é de um candomblé terreiros (motivos) ao Kardecismo-como centers (centros): “crenças e práticas ... apresentam variação considerável, tendendo a uma maior semelhança com um dos outros pólos formados por suas duas principais tradições parentais” (Brown 1979: 277). Os grupos na extremidade kardecista do espectro são chamados mesa branca (mesa branca) ou Umbanda branca (Umbanda Branca), onde “branco” refere-se principalmente aos revestimentos de mesa tradicionalmente usados nos rituais kardecistas. Outra variante importante, porém pouco estudada, consiste em grupos caracterizados por influências esotéricas ocidentais (Engler, em breve). A umbanda varia consideravelmente de uma região para outra no Brasil. Além disso, influenciou e hibridizou com algumas religiões afro-brasileiras (por exemplo, Jurema e Tambor de Mina) (Engler e Brito 2016); hibridiza com outras religiões (por exemplo, Santo Daime) (Dawson 2012); e desempenhou um papel fundamental no surgimento de outros novos movimentos religiosos (por exemplo, Vale do Amanhecer) (Pierini 2016; Siqueira 2016). Ele se espalhou para os países vizinhos, especialmente Uruguai e Argentina, e grupos são encontrados em muitos outros países devido à emigração brasileira (Frigerio 2013; Meintel e Hernandez 2013; Saraiva 2016).
A teologia central da umbanda é kardecista. Deus criou todos os espíritos iguais, mas não desenvolvidos, e seu objetivo natural é retornar a Ele por meio dos testes de múltiplas encarnações neste mundo (e às vezes em outras). Alguns espíritos avançaram até o ponto em que não precisam mais encarnar; mas seu avanço espiritual se manifesta em um grande desejo de ajudar seus companheiros espíritos encarnados menos avançados (isto é, seres humanos vivos neste mundo). Jesus é um espírito extremamente avançado que, num ato de caridade, encarnou-se para ajudar os outros, embora fosse suficientemente evoluído espiritualmente para não precisar fazê-lo. O principal local para os atos de caridade dos espíritos são as sessões de umbandistas: eles se incorporam aos médiuns e oferecem conselhos, em consultas individuais, e fornecem serviços rituais de cura.
Existem dois tipos principais de espíritos na Umbanda: guias que realizam atos de caridade, e guardiões que mantêm as forças perigosas (especialmente outras, malévolas, espíritos) à distância. Os guias mais comuns ou "santos" são caboclos (espírito forte, forte, bem intencionado, curador, espíritos indígenas) e pretos velhos [Imagem à direita] (ex-escravos calmos, humildes, cristianizados e afrodescendentes, parcialmente incorporados à cultura dos colonizadores). Outros incluem baianos (espíritos do estado da Bahia), boiadeiros (“Cowboys”: híbridos indígenas / espíritos brancos), Crianças (crianças: inocentes, espíritos brincalhões), marinheiros (marinheiros: mulherengos e bebedores que trazem mensagens de amor e fé), malandros (ladinos, mulherengos, bebedores, jogadores, liderados pelo infame Zé Pilintra tipo-espírito, uma figura trapaceira proeminente na religião de influência indígena de Jurema), eguns (espíritos ancestrais), ciganos (ciganos: felizes, espíritos desordenados, conhecidos por seu trabalho com cristais em grupos esotéricos) e sereias (sereias) (Concone 2001; Silva 2005: 118-25; Barros 2011). Dois outros tipos importantes de espíritos incorporam menos comumente na Umbanda: exus uma poderosa figura masculina do malandro; [Imagem à direita] e pombas giras, um espírito feminino com uma ambivalência moral sexualizada (Silva 2015; Hayes 2011). Esses tipos de espíritos são centrais na religião relacionada “magia negra” ou “mão esquerda” de Quimbanda. Como espíritos guardiões, exus incorporar em alguns centros da Umbanda sessões mensais ou anuais fechadas para limpar e proteger o espaço ritual. Centros/terreiros geralmente dedicam os rituais de um determinado dia da semana ou mês para a incorporação de um determinado espírito (por exemplo, todos os médiuns recebendo "seus" caboclo nas terças). Criancas (espíritos da criança) incorporam durante a festa de São Cosme e Damião no final de setembro, quando as crianças da comunidade são convidadas a comer doces e refrigerantes com esses espíritos.
Orixás são importantes, mas são poderosos espíritos guardiões, não divindades como o orixás, voduns e inquices do Candomblé. Eles são entidades altamente evoluídas que nunca (ou apenas excepcionalmente, como no caso de Jesus / Oxalá) foram corporificados / encarnados (uma divergência da ênfase kardecista mais universal de que todos os espíritos são iguais na criação e no caminho, apenas não em seu tempo naquilo caminho). o orixás raramente incorporam durante rituais, nunca em muitos centers/terreiros. Alguns umbandistas referem-se aos seus guias como “orixás. ”O mais importante dos orixás Suba as “sete linhas” (ou “vibrações”) sob as quais todos os espíritos estão organizados. Médiuns experientes geralmente trabalham com pelo menos um espírito de cada uma das sete linhas. As listas das sete linhas da Umbanda variam, mas a primeira linha é invariavelmente a de Oxalá (Jesus), com a linha de Iemanjá [Imagem à direita] mais frequentemente em segundo lugar (associada ao mar, como no Candomblé, e às vezes à Virgem Maria) . O ponto chave a se notar é que não há diferença essencial entre a maioria dos espíritos e os seres humanos “normais”: todos foram criados iguais por Deus, com diferenças refletindo trajetórias distintas de evolução espiritual.
RITUAIS / PRÁTICAS
Os principais rituais são reuniões públicas nas quais os espíritos se incorporam aos médiuns e oferecem consultas e serviços religiosos aos clientes (principalmente católicos) que formam o público assistente ou “assistencial” (Engler 2016). Rituais adicionais incluem uma gama complexa de oferendas, purificações, curas, iniciações, imposição de mãos, preparação de ervas, orações, guardas, bênçãos de artigos de vestuário etc., todos os quais variam muito entre centros / terreiros. Importantes rituais Umbandistas em homenagem a Iemanjá são realizados em praias oceânicas e margens de rios durante o verão, em datas que variam conforme a região.
O coração do espaço ritual é uma área na frente onde os espíritos se incorporam e as consultas são realizadas. [Imagem à direita] Os espíritos têm três papéis principais na Umbanda: dar “assistência” aos clientes; realizando curas físicas ou espirituais; e proteger os clientes de, ou desfazer os efeitos da magia negra, muitas vezes acredita-se ser o resultado dos rituais de Quimbanda. Os clientes sentam-se de frente para o espaço principal do ritual enquanto esperam suas voltas para falar com os espíritos. A área de estar é geralmente separada do espaço ritual por um muro baixo. O ritual principal o espaço geralmente tem um altar com flores, velas, oferendas de comida e estátuas representando uma variedade de espíritos. [Imagem à direita]
Bateristas estão em uma plataforma elevada para um lado, embora esotérico centers muitas vezes não têm bateria. Assistentes rituais chamados cambones (Muitas vezes aprendizes médiuns, que geralmente não incorporam espíritos durante a sessão) ajudam os espíritos em seu trabalho. Médiuns costumam usar guias de proteção (colares de proteção) compostos de sementes, conchas, cristais, madeira e fios / contas de cores associadas com os espíritos que trabalham com eles. O pagamento por clientes é raro no extremo Kardecista do espectro das Umbandas; oferendas de materiais para os espíritos e, às vezes, para sacrifícios de animais estão presentes na extremidade afro-brasileira desse espectro (Brumana e Martinez 1989: 214-16). (Pagamentos em dinheiro para consultas e serviços rituais são comuns em Quimbanda.) Depois de uma bênção inicial do espírito, as conversas rituais geralmente se assemelham a uma consulta médica ou psicológica, com o espírito ouvindo, oferecendo conselhos, ocasionalmente dando instruções para um ritual. realizada em casa (por exemplo, acender uma vela perto de água corrente) e, em casos graves, talvez dar instruções para retornar à terapia espiritual mais agressiva. O ritual central de consulta com os espíritos é encontrado na maioria dos grupos, mas não em todos. Muitos centros de Umbanda têm um ou mais quartos “fora do palco”, nos quais são realizadas terapias, que vão desde cirurgia psíquica (contato e não contato) até terapia de cristal e aroma em centros esotéricos.
ORGANIZAÇÃO / LIDERANÇA
A organização dos meios varia de uma hierarquia informal de conhecimento / experiência sob a Mãe / pai de santo (o líder, freqüentemente fundador, de um dado centro / terreiro) para um conjunto rígido de níveis. Lutas entre modos institucionais e carismáticos de autoridade podem existir dentro de um determinado grupo, caracterizado por Yvonne Maggie como uma tensão entre “o código do santo”E“ o código burocrático ”(2001). Os cismas são comuns, com médiuns avançados atacando sozinhos para formar novas centros / terreiros.
Várias federações e associações foram estabelecidas. A primeira a ser fundada foi a Federação Espírita de Umbanda do Brasil, na 1939, e ainda está ativa. Um primeiro congresso nacional foi realizado em 1941. Essas primeiras tentativas de impor unidade à religião ocorreram durante um período de perseguição religiosa às tradições afro-brasileiras, e sem dúvida desempenharam um papel central na estruturação da Umbanda como menos africana: “no momento de sua busca por uma normalização inicial, a liderança encontrou apoio no cristianismo e no kardecismo. Mas isso não significa que a África tenha desaparecido. Permanece em palavras e práticas ”(Giumbelli 2010: 115). A Wikipedia lista quase cinquenta federações e associações, muitas das quais
Brasileiro ”, incluindo o Candomblé e outras tradições de raízes africanas (“ Federações ”nd). Uma instituição pós-secundária credenciada (a Faculdade de Teologia Umbandista (FTU)) foi estabelecida em São Paulo na 2003. Os líderes umbandistas Alexandre Cumino e Rodrigo Queiroz são apresentados em uma série de cursos, on-line desde 2006 e ligados ao movimento Umbanda Sagrada de Rubens Seraceni (Umbanda EAD nd).
As tentativas de institucionalizar a Umbanda resultaram em um maior grau de uniformidade doutrinal, ritual e organizacional entre os grupos participantes, mas a maioria terreiros e centers não têm afiliações formais e variam amplamente em crença, prática e organização. Escrevendo em 1961, Cândido PF de Camargo escreveu que tentativas institucionais de unificar a Umbanda eram “fracas, se não negativas” (Camargo 1961: 53, veja 33; veja Brown 1977: 38-39). Escrevendo em 1979, Lisias Nogueira Negrão concluiu que as federações na cidade de São Paulo haviam feito progressos apenas em termos de unificação institucional limitada, não em impor normas rituais e doutrinárias (Negrão 1979: 178; ver Birman 1985: 96-106). A Umbanda continua sendo uma religião díspar, sem estrutura institucional centralizada e com uma variedade desconcertante de crenças e práticas.
Os médiuns aprendem através do aprendizado e, na Umbanda branca e esotérica, através do estudo textual. Os talentos mediúnicos são freqüentemente reconhecidos pelos espíritos quando uma pessoa visita um centro / terreiro. Muitas pessoas vêem, sentem ou ouvem espíritos do nada, durante um período de doença ou após a morte de um ente querido. Isso é diagnosticado como um talento para mediunidadee esses indivíduos muitas vezes se tornam médiuns como meio de viver em equilíbrio com essas presenças. Ignorando ou resistindo ao chamado de mediunidade é visto como uma causa significativa de doenças e problemas psicológicos (Montero 1985).
PROBLEMAS / DESAFIOS
A umbanda parece estar em declínio. Comparando aqueles que se identificam como membros no censo nacional, a Umbanda é mais do que duas vezes maior que o Candomblé e todas as outras religiões afro-brasileiras juntas. Mas o número de membros, como proporção da população nacional, caiu quase um quarto no período de vinte anos de 1991 para 2010, onde o número de membros do candomblé e outras religiões afro-brasileiras aumentou em quase setenta por cento durante esse período. mesmo período (Prandi 2013: 209).
Esses números são enganosos, em parte porque o preconceito popular e especialmente evangélico contra as religiões afro-brasileiras leva algumas pessoas a esconder seu envolvimento. Mais importante, milhões de não-membros, principalmente auto-identificados “católicos”, frequentam regularmente os rituais da Umbanda para serviços de cura espiritual (Camargo 1961: 99-110; Montero 1985; Oro 1988).
O problema mais significativo enfrentado pela Umbanda nas últimas décadas é a intolerância religiosa (Birman 1997; Silva 2007). [Imagem à direita] A Umbanda (junto com o Candomblé, a Quimbanda e a Macumba) é alvo de ataques verbais, principalmente de líderes neopentecostais, e de atos de violência, principalmente a depredação de espaços rituais. Desde os 1960s, pastores neopentecostais têm insistido que essas religiões manifestam “um poder maligno e diabólico em ação”; eles são "culto demoníaco"; “Todas as pessoas que rejeitam a graça salvadora de Nosso Senhor Jesus Cristo são presas fáceis para as obras de Macumba” (McAlister 1983: 93; Soares 1993: 27; Macedo 2001: 96). O caso mais proeminente é o da Igreja Universal do Reino de Deus (Almeida 2009; Engler 2011). O confronto teológico e ritual direto com os espíritos das religiões afro-brasileiras é central para a concepção de salvação da UC:
“Demônios 'causam' doenças, adultério, homossexualidade e todos os outros males da vida. Isso ... explica, de forma exaustiva, miséria e pobreza, doença e dor, conflitos familiares e sociais, enfim, tudo que nos leva a caracterizar a vida como algo ruim ”(Gomes 1996: 236).
Nas palavras do co-fundador e líder da UC, Edir Macedo,
os demônios “possuem constantemente aqueles sem a proteção de Deus”, e eles são capazes de fazer isso, em grande parte, devido à sua proeminência em outras religiões, “desde as mais primitivas seitas africanas aos salões da sociedade moderna ... [,] em religiões orientais e nas ocidentais ligadas ao ocultismo. Eles tentam continuamente penetrar até mesmo nas religiões cristãs, onde alcançaram algum sucesso ”(Macedo 2001: 19, 25).
O exorcismo é visto como uma técnica acessível e repetível para lidar com os problemas da vida: “Esses demônios se tornam doenças que, uma vez nomeadas por suas vítimas, podem ser exorcizadas” (De Temple 2005: 221). Demônios são chamados pelo nome e entrevistados por pastores empunhando microfones no palco como parte de “sessões de descarregamento”, mas esses são os mesmos espíritos que incorporam nas religiões afro-brasileiras, especialmente Umbanda e Quimbanda. De acordo com a doutrina da UC (apoiada pelas declarações de demônios entrevistados durante os rituais de exorcismo) as duas principais causas de posse são a participação direta em rituais e “obras” afro-brasileiras nessas religiões, amaldiçoando rituais pagos por pessoas invejosas ou malévolas. Atualmente, a intersecção entre pentecostalismo e gangues criminosas está levando a uma nova onda de violência contra a Umbanda e as tradições afro-brasileiras (Muggah 2017).
IMAGENS
Image #1: Imagem de um espírito de preto velho. Acessado de https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pretos-velhos.JPG.
Imagem # 2: Uma imagem de Exu Tranca Ruas (“Armário de Ruas”). Subordinado a Ogum, este Exu abre e bloqueia caminhos e oportunidades. Acessado em https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Tranca-Ruas.JPG.
Image #3: Imagem de um orixá Iemanja incorporada em um meio de Umbandist.Accessed de https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Iemanja_manifestada_na_umbanda.jpg.
Imagem #4: Fotografia do espaço ritual da Umbandista. A parede baixa separa o espaço principal do ritual, onde o altar está localizado, e o espaço para os clientes, onde a fotografia foi tirada. Acessado em https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pretosvelhos2011_2.jpg.
Image #5: Um altar de Umbanda, com imagens de Jesus, Maria, caboclos e santos católicos. Acessado de https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Umbanda_%C3%A9_declarada_patrim%C3%B4nio_imaterial_do_Rio_de_Janeiro_(30867828775).jpg.
Image #6: Fotografia de um evento multi-religioso contra a intolerância religiosa no Brasil (janeiro 2015), incluindo representantes das religiões afro-brasileiras. Acessado de https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Toleranciareligiosa.jpg
REFERÊNCIAS
Almeida, Ronaldo de. 2009. A Igreja Universal e seus demônios: um estudo etnográfico. São Paulo: Editora Terceiro Nome.
Barros, Sulivan Charles. 2011. “Como entidades brasileiras da umbanda”. 291-317 in Epiritismo e religiões afro-brasileiras: história e da sociedade social, editado por Artur César Isaia e Ivan Aparecido Manoel. São Paulo: Editora UNESP.
Bastide, Roger. 1995 [1960] "Naissance d'une religion". 422-75 in Religions africains au Brésil: Contribuição para uma sociologia das interpenetrações da civilização. Paris: Presses Universitaires de France.
Birman, Patrícia. 1997. “Machos e malefícios sem discurso pentecostal.” Pp. 62-80 in O mal à brasileira, editado por Patrícia Birman, Regina Reyes Novaes e Samira Crespo. Rio de Janeiro: EdUERJ.
Birman, Patrícia. 1985. O que é Umbanda? São Paulo: Abril / Brasiliense.
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Publicar Data:
17 de Janeiro de 2018